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quinta-feira, 31 de julho de 2014

Carro tem nome?

Para mim, carros não são apenas objetos capazes de nos levar de um lugar a outro. Também não dou a mínima para o marketing e os valores sociais que envolvem a compra e a posse. Gosto de imaginar um carro como um ser vivo, que tem sentimentos e que se manifesta por mínimos sinais, por isso chego a conversar com eles.
Daí, veio a mania de dar nome aos meus carros. Muitos receberam apelidos carinhosos, baseados na cor ou no modelo, outros tiveram o privilégio de ter até sobrenome. Meu antigo Fuscão era o Royal, por causa do tom azul. O anterior, Laranjinha, por sua cor laranja outono, quando quebrava era Amarelão. Minha F-100 de 1958 era a Velhinha Nervosa, por causa das rabeadas que dava com seu motorzão V8. Meu Maverick 1979 era o Zé Trindade, só não lembro o motivo.
Meu novo Fusca chegou até mim depois de conviver por mais de 30 anos com seu antigo dono. Uma relação que se manteve por tanto tempo graças ao amor que esse homem teve por seu carro, incapaz de vende-lo, mesmo sabendo que seu tempo estava no fim. Então, por que desfazer essa aliança? O Fusca virou João Bosco, em homenagem ao seu velho amigo.
Estou certo que assim, onde estiver, o Seu João estará feliz.


Caçapava promove fim de semana dedicado aos carros antigos



Roberto Lee foi um dos primeiros brasileiros a valorizar os automóveis antigos e abriu sua coleção para exposição, até perder a vida, vítima de um crime passional.
Sua coleção inclui o revolucionário e raro Tucker, que teve sua história contada com o filme de Coppola.
Neste final de semana, os amantes dos carros antigos têm um encontro marcado em Caçapava, um evento organizado pelo Museu Roberto Lee.
Um encontro imperdível que inclui exposição de carros clássicos, viaturas da 2ª Guerra Mundial e muita diversão.

Maiores informações: (12) 3652-9222

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Diferenças de nascença e transformações

Quem não conhece um Fusca de perto costuma pensar que todos são iguais, afinal, suas famosas curvas ficaram praticamente inalteradas por toda a sua longa existência. Não é bem assim. A cada período eram feitas pequenas alterações, quase imperceptíveis, mas que não escapam do olhar atento de quem é apaixonado pelo carro.
A maioria das mudanças é pouco relevante, como um padrão diferente de cor, uma nova textura ou padrão de estampa, outras mais significativas, como tamanho de vidros, formato de para-choques e faróis.
Em 1979, o popular recebeu uma das mudanças mais notáveis, com novos para-lamas traseiros ostentando lanternas bem maiores. Não foi à toa que ficaram conhecidas como lanternas fafá, pela criativa associação que o público fez com a cantora Fafá de Belém, destacando seus atributos mais volumosos e, por que não, bonitos.
Aliás, os carros produzidos no primeiro semestre desse ano eram iguais aos de 1978. As mudanças só apareceram nos que saíram da linha de produção a partir do 2º semestre.
Um Fusca 1300L fabricado em agosto de 1979, por exemplo, continuou com as características mais luxuosas do modelo 1500 e recebeu a lanterna maior, mas ao invés da tampa traseira com aletas para entrada de ar, ficou com a tampa lisa, que caracterizava o modelo mais simples, o 1300 STD.
As mudanças promovidas pela fábrica são reconhecidas e valorizadas, mas o mercado não costuma gostar da criatividade dos proprietários que resolvem brincar de Lego com seus carros. Como os encaixes são os mesmos, ainda é bastante comum substituir partes da lataria, agregando peças de modelos mais novos, à medida que os pequenos acidentes acontecem.
A mais comum, talvez, é a troca dos para-lamas e lanternas traseiros dos antigos pelo padrão fafá. Não raro, a lista de mudanças incluí a ‘modernização’ das rodas, para-lamas dianteiros e para-choques, descaracterizando completamente o carrinho, que até pode ganhar em funcionalidade, mas perde toda a sua graça.
Claro que as trocas são feitas com a melhor das intenções, mas essa prática acabou criando verdadeiras aberrações que certamente são rejeitadas por quem procura um carro de boa qualidade e pretende manter seu aspecto original, a fim de conseguir uma placa preta.
A coisa fica pior com a inclusão dos acessórios mais modernos, como equipamentos de som, faróis com lâmpadas de xênon, apliques de neon, rodas mais largas e de diâmetro menor, volantes e bancos esportivos, escapamentos barulhentos, enfim, um exagero tão grande que não raro acaba agradando apenas ao dono.
Tem gosto pra tudo, claro. E cada um faz o que bem entende. O melhor é original, como saiu da fábrica. Como acessório, até vale um aparelho de som mais moderno, mas não muito longe disso.


segunda-feira, 28 de julho de 2014

Super VW Festival Le Mans 2014

O maior templo do automobilismo recebeu, no último final de semana, o Super VW Festival Le Mans 2014 que reuniu carros históricos com motorização Volkswagen. Entre eles, Kombis, Karmanguias e, claro, o nosso querido Fusca.

Os participantes puderam acampar no entorno do histórico circuito francês e dar uma volta pelo asfalto sagrado, além de participar de diferentes atividades, como encontro de trocas, disputas de aceleração, desfiles e premiação dos melhores carros.

Maiores informações: http://www.supervwfestival.com/fr/

Rádio para carro, de verdade

Todo garoto curte um bom som no carro. Já fui assim, por isso não critico quem desfila pelas ruas ouvindo um batidão. Apenas tenho pena dos seus ouvidos.
Quando tive o meu primeiro Fusca, na década de 1980, não sosseguei até comprar um autêntico toca-fitas Roadstar integrado com um poderoso amplificador Tojo, com sistema de gaveta e o tampão traseiro equipado com poderosos autofalantes e twitters.
O conjunto clássico da época não resistiu ao primeiro passeio na praia, em Ubatuba. Enquanto me divertia curtindo as ondas, os malandros abriram meu carro e levaram tudo. Não deixaram nem as roupas guardadas no inferninho.
A sensação de perda foi tão ruim que nunca mais tive interesse em gastar mais que o básico em um som automotivo. Ouço radiojornalismo na maior parte do tempo, por isso qualquer radinho com AM/FM me serve. Reprodutor de MP3 é um luxo.
O problema é que estou na contramão da maioria dos consumidores. O que costuma ser valorizado nos aparelhos tem cada vez menos a ver com o que me interessa, a qualidade de recepção do rádio. O AM está em fase de extinção, da mesma forma que já ocorreu com as Ondas Curtas.
Hoje, os aparelhos nem são chamados de rádios, mas reprodutores multimídia, capazes de tocar arquivos em cartões de memória e dispositivos USB, com telas mais nítidas que a TV da minha sala.
Os preços estão cada vez menores e, talvez por isso, as grandes marcas deixaram de se interessar pelo mercado automotivo. Se ainda mantém alguns produtos, reduziram a variação de modelos. O que mais se encontra são os chineses genéricos com estampas de marcas nacionais, sem tradição.
De uma forma quase instintiva, guardei o melhor rádio automotivo que já tive, um Bosch San Francisco, retirado antes de vender minha Belina Del Rey.
Quando comprei meu Fusca, tratei de instalar meu Bosch. Ficaria uma perfeita combinação se o rádio não tivesse se estragado com o tempo. Todos os leds acendem e a recepção em AM e OC continua firme, mas o FM não funciona. Possivelmente os componentes eletrônicos não resistiram ao guarda-roupas.
Desiludido, pesquisei um aparelho novo. Nada parece ser bom, são frágeis. Estou certo que se não derreterem em uma tarde de sol, a recepção não vai pegar qualquer estação que esteja fora dos limites da minha cidade. Ouvir rádios como CBN ou Band News, de São Paulo, distantes a 150Km, será impossível.
Fico triste por ver que a coisa vai mal. Mesmo querendo e disposto a pagar, não encontro um bom produto. Já me decidi, vou encontrar algum técnico para consertar o meu antigo rádio. Só espero que ainda exista um profissional.


domingo, 27 de julho de 2014

Chegadas e partidas

Quando um chegou, o outro partiu. E a alegria ficou engasgada pela dor da despedida.
Em uma época que Fusca era sinônimo de automóvel, sonho de quem comprava um carnê do Baú da Felicidade, meu pai não cansava de dizer que só mesmo brasileiro para gostar de um carro tão esquisito, apertado e desconfortável.
Tinha lá sua razão, mas penso que também gostava de manter-se como uma voz dissidente da opinião geral, nos mais diversos assuntos. Se Pelé era o rei, preferia Tostão. Bebia Pepsi e dispensava a Coca-Cola.
Italiano, não tinha direito ao voto, mas não deixava de dar suas opiniões sobre política, geralmente a favor da oposição. Não que tivesse uma tendência de esquerda ou de direita, simplesmente gostava de ser do contra.
A Fiat deve uma parte de seu sucesso ao meu querido napolitano. Quando desembarcou no Brasil e passou a produzir os primeiros modelos 147, o velho fez questão de ser um dos primeiros compradores.
Não se cansava de elogiar a novidade, destacando o espaço interno e a economia do motor transversal, enquanto todos preferiam ouvir os conselhos dos seus mecânicos, que ainda temiam consertar algo tão complexo quanto o carrinho italiano.
Como todo garoto, minha opinião era a paterna, por isso quando a conversa com os meninos da rua chegava ao carro preferido, defendia o Fiat. Cheguei a brigar quando um menino passou a repetir “Fui Iludido Agora é Tarde”, como o significado da sigla.
Alguns anos depois, em meados dos anos 80, o Fusca perdia terreno para outros carros mais modernos, com o Gol ganhando as ruas. Então, meu pai chegou com um Fusquinha 77, comprado em um leilão de frota da Telesp.
Trocou o laranja e azul da empresa por um bege claro e descobriu as vantagens de ter um carro econômico e robusto, capaz de carregar todas as suas coisas com o bagageiro no teto: madeira de construção, ferramentas, portas, janelas, escadas, móveis, geladeira, enfim, tudo que ele precisava para realizar o sonho de construir uma casa na praia.
Com o “beginho”, aprendi a dirigir e dei minhas primeiras voltas de fins de semana, mas só conseguia as chaves depois de perder horas com a limpeza, mesmo sem lhe devolver o brilho, já que as latas de Grand Prix não eram suficientes para tirar as marcas de tanto trabalho debaixo do sol.
Tive boas histórias com o Fusca. Por isso, bem mais velho e apesar de ter dois carros novos da Fiat na garagem, resolvi comprar mais um alemãozinho. Meu coração balançou quando encontrei um 1979, um dos primeiros com lanterna Fafá, bem conservado e original, cuidado pelo mesmo dono por mais de 30 anos e deixado como herança.
No caminho para casa, revivi a emoção das primeiras aceleradas no carro do meu pai. Gargalhei sozinho, com a bronca que me daria, quando arranhei uma troca de marcha, desacostumado com o câmbio.
Mesmo sem depender da aprovação do velho, pensei em como seria a sua reação ao me ver com o Fusca. Tenho certeza que brigaria e, mais uma vez, me diria que desconfiava da minha sanidade mental. Aquela gritaria italiana que passa rápido, ficando tudo bem depois de cinco minutos.
Não deu tempo. Cheguei a casa e o telefone tocou, confirmando a sua partida, para nunca mais voltar.


quinta-feira, 24 de julho de 2014

Velocímetro

Como todos sabem, Fusca tem humor próprio, cada dia se manifesta de uma forma diferente.
O meu começou a falhar no velocímetro. Em alguns dias, saía e estava tudo bem, marcando a velocidade como sempre. Em outros, parava e não voltava, mesmo com meus apelos emocionais.
Apesar de saber que não iria resolver o problema, troquei o cabo, para deixar a consciência menos tensa. Ainda é fácil encontrar um bom cabo nas lojas e não custa caro. O serviço é bem tranquilo.
Mas o caso era mais grave. Meu velocímetro sofreu antes, pelo desleixo do dono anterior, por isso precisou da ajuda de um especialista.
E a mão de obra é a questão mais complicada. Na minha cidade, são poucos os profissionais disponíveis que conhecem esse tipo de serviço e não é fácil encontrá-los. Aliás, o plural nem é adequado.
Consulta na Internet não é uma opção. Caras antigos que trabalham com isso mal têm um telefone para contato, quanto mais um site. Nem pense em pagar o serviço com o cartão de débito ou crédito, só trabalham com dinheiro, talvez aceitem cheque de conhecidos.
Perguntando para um e outro, encontrei finalmente o Barbosa Velocímetro, com letras apagadas que indicavam ser especialista em VDO, a marca original do Fusca.
Como já passava do meio dia e o pátio estava cheio de vans, tive que voltar no dia seguinte, com a recomendação de chegar bem cedo, para garantir o atendimento.
Madruguei, mesmo assim, um cara que seguia pelo mesmo caminho, na minha frente, entrou no mesmo lugar e só pude ser atendido depois que o Renault Clio que ele dirigia teve o painel remontado, duas horas depois.
Na minha vez, o velocímetro foi retirado e levado para um "Laboratório", com entrada proibida. Só pude ouvir os barulhos que vinham daquela pequena oficina escura. Depois de um tempo, o "Seu Barbosa" saiu para me perguntar se eu me lembrava da quilometragem do carrinho, porque teve que zerar o hodômetro. Por sorte, tinha fotografado antes do conserto.
Mais uma hora de serviço secreto.
Na fila, caras igualmente ansiosos. Todos chegaram por indicação de outros profissionais. O que estava atrás, procurava consertar o velocímetro da sua F-1000. Foi encaminhado pelo funcionário da Ford, porque o cabo da sua caminhonete está fora do catálogo e não existe nem por encomenda.
Batemos um papo até que, finalmente, a porta do "Laboratório" é aberta e todos olham como se estivessem esperando pelo médico, depois de uma cirurgia.
Monta o equipamento no carro e me leva até o escritório, onde passa o preço para sua funcionária. Depois, volta para atender o próximo.
Agradeço e saio, confiante de que desse mal meu Fusca não vai mais sofrer.
Vou incluir o "Seu Barbosa" nas minhas orações. Doutores como ele estão cada vez mais raros.






domingo, 20 de julho de 2014

Dicas para comprar um Fusca

Marcelo Tonella está ficando famoso na Internet por suas dicas de manutenção mecânica do Fusca, gravadas com a ajuda da sua pequena "cinegrafista" Bianca. Quando tive saudades de ter um Fusca, essa série de dicas me ajudou muito a procurar o meu novo carrinho. Divide-se em 6 partes, segue a primeira e, depois, basta seguir os links para os demais.



Sapatos novos

Muita gente pensa que o clássico pneu do Fusca, diagonal com a medida 5.60x15, não é mais fabricado e está indisponível nas lojas, tendo sido substituído totalmente pelo modelo radial, lançado para calçar o Fusca Itamar, com a medida 165R15. Isso não aconteceu.

Opções no mercado
Na rede Pirelli é possível encontrar com facilidade o clássico pneu Tornado Alfa, instalado no Fusquinha quando saía da fábrica. O modelo pode ser montado sem a câmera de ar, mas caso a roda esteja enferrujada e não permita a colocação do bico, também é possível encontrar a câmera na mesma medida.
A Firestone mantém o modelo P671, com as características tradicionais para o asfalto e a Maggion chega a oferecer duas opções, sendo o Falco F2 indicado para o uso comum e o Militar, que além de rodar bem no piso urbano, ajuda a encarar as estradas de terra e lama.
Dos grandes fabricantes, somente a Goodyear parece ter abandonado a medida, já que o sistema de consulta do site não indica essa opção e, mesmo para o Itamar, oferece um pneu fora de especificação.

Diagonal ou radial
A principal vantagem de escolher o diagonal é a de manter a originalidade do carrinho, respeitando suas características mecânicas, sem forçar a suspensão e o sistema de direção, que se mantém leve nas manobras.
O radial do Itamar custa, em média, 50% mais caro, um aumento que pode ser justificado pelas vantagens oferecidas, como maior aderência nas curvas, resistência aos furos, melhor resposta nas frenagens e acelerações, além de diminuir as chances de aquaplanagem sob as fortes chuvas. Mas também deixa a direção mais pesada.
Para os colecionadores e apreciadores do Fusca, vale sempre o original, com o diagonal para os modelos até 86 e radial para a segunda série, de 94 a 96, respeitando a engenharia dos projetos. Quem não se preocupa com esses detalhes pode escolher livremente entre um e outro.

Fora de padrão
É comum que os donos optem pela roda aro 14, da Brasília, e coloquem pneus com bandas mais largas, para ganhar estabilidade. Outros vão além, chegando até a calçar os carrinhos com aro 13.
Mas é preciso lembrar que quanto maior a distância das especificações indicadas pela Volkswagen, mais rápido irão chegar os prejuízos mecânicos, primeiro na diferença de medição do velocímetro, depois nas folgas na caixa de direção e na suspensão, seguidas dos problemas estruturais do chassi.
Por isso, medidas fora do padrão não são apreciadas pelos compradores exigentes.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Você viu o Fusca?

Todo mundo já teve um Fusca. Essa verdade valeu como absoluta até ele sair de cena, transformando o antigo trânsito colorido em um mar de prata, cinza e preto.
Tanto tempo depois de o último ser fabricado, muitos Fuscas ainda persistem pelas ruas, recebendo a atenção de quem guarda boas histórias com ele. Até as crianças esticam seus dedinhos para apontar o carrinho.
A presença no asfalto se deve pela robustez, um conceito antiquado e indesejável pela indústria moderna, ocupada em projetar coisas que se acabam com maior facilidade, para que continue a produzir.
Por isso, não pense que seu lindo carro zero irá durar por muito tempo. Talvez você o aguente por uns 5 anos, até dispensá-lo, com chances do usado passar de mão em mão até virar sucata, depois de umas 15 ou 20 primaveras. A roda da economia precisa girar e a natureza que se lasque. Nessa conta, entra fácil o novo Fusca, que do velho só carrega a lembrança das curvas.
Não acredite, com isso, que sou contra a evolução das coisas, só não gosto dessa conta que não fecha, já que os recursos não duram para sempre. Fico arrepiado de pensar onde isso vai dar.
Concordo, porém, que os carros modernos estão na frente dos que eram produzidos há 20 anos. São mais econômicos, racionais e seguros. Mas você deve concordar, também, que logo eles devem sair de cena, condenados a virar lixo, em troca de outros ainda mais econômicos, racionais e seguros.
Não dá para resistir. Tudo muda e é verdade que em breve o Fusca estará apenas nas fotografias dos álbuns de família.
Até quando? Difícil dizer. Por isso, não duvido que lá na frente, um desses carros do futuro tenha a janela manchada com o dedinho curioso de uma criança, apontando um Fusca, conduzido por um motorista feliz.