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quarta-feira, 30 de julho de 2014

Diferenças de nascença e transformações

Quem não conhece um Fusca de perto costuma pensar que todos são iguais, afinal, suas famosas curvas ficaram praticamente inalteradas por toda a sua longa existência. Não é bem assim. A cada período eram feitas pequenas alterações, quase imperceptíveis, mas que não escapam do olhar atento de quem é apaixonado pelo carro.
A maioria das mudanças é pouco relevante, como um padrão diferente de cor, uma nova textura ou padrão de estampa, outras mais significativas, como tamanho de vidros, formato de para-choques e faróis.
Em 1979, o popular recebeu uma das mudanças mais notáveis, com novos para-lamas traseiros ostentando lanternas bem maiores. Não foi à toa que ficaram conhecidas como lanternas fafá, pela criativa associação que o público fez com a cantora Fafá de Belém, destacando seus atributos mais volumosos e, por que não, bonitos.
Aliás, os carros produzidos no primeiro semestre desse ano eram iguais aos de 1978. As mudanças só apareceram nos que saíram da linha de produção a partir do 2º semestre.
Um Fusca 1300L fabricado em agosto de 1979, por exemplo, continuou com as características mais luxuosas do modelo 1500 e recebeu a lanterna maior, mas ao invés da tampa traseira com aletas para entrada de ar, ficou com a tampa lisa, que caracterizava o modelo mais simples, o 1300 STD.
As mudanças promovidas pela fábrica são reconhecidas e valorizadas, mas o mercado não costuma gostar da criatividade dos proprietários que resolvem brincar de Lego com seus carros. Como os encaixes são os mesmos, ainda é bastante comum substituir partes da lataria, agregando peças de modelos mais novos, à medida que os pequenos acidentes acontecem.
A mais comum, talvez, é a troca dos para-lamas e lanternas traseiros dos antigos pelo padrão fafá. Não raro, a lista de mudanças incluí a ‘modernização’ das rodas, para-lamas dianteiros e para-choques, descaracterizando completamente o carrinho, que até pode ganhar em funcionalidade, mas perde toda a sua graça.
Claro que as trocas são feitas com a melhor das intenções, mas essa prática acabou criando verdadeiras aberrações que certamente são rejeitadas por quem procura um carro de boa qualidade e pretende manter seu aspecto original, a fim de conseguir uma placa preta.
A coisa fica pior com a inclusão dos acessórios mais modernos, como equipamentos de som, faróis com lâmpadas de xênon, apliques de neon, rodas mais largas e de diâmetro menor, volantes e bancos esportivos, escapamentos barulhentos, enfim, um exagero tão grande que não raro acaba agradando apenas ao dono.
Tem gosto pra tudo, claro. E cada um faz o que bem entende. O melhor é original, como saiu da fábrica. Como acessório, até vale um aparelho de som mais moderno, mas não muito longe disso.


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