Para mim, carros não são apenas
objetos capazes de nos levar de um lugar a outro. Também não dou a mínima para o
marketing e os valores sociais que envolvem a compra e a posse. Gosto de
imaginar um carro como um ser vivo, que tem sentimentos e que se manifesta por
mínimos sinais, por isso chego a conversar com eles.
Daí, veio a mania de dar nome aos
meus carros. Muitos receberam apelidos carinhosos, baseados na cor ou no
modelo, outros tiveram o privilégio de ter até sobrenome. Meu antigo Fuscão era
o Royal, por causa do tom azul. O anterior, Laranjinha, por sua cor laranja
outono, quando quebrava era Amarelão. Minha F-100 de 1958 era a Velhinha
Nervosa, por causa das rabeadas que dava com seu motorzão V8. Meu Maverick 1979
era o Zé Trindade, só não lembro o motivo.
Meu novo Fusca chegou até mim
depois de conviver por mais de 30 anos com seu antigo dono. Uma relação que se
manteve por tanto tempo graças ao amor que esse homem teve por seu carro,
incapaz de vende-lo, mesmo sabendo que seu tempo estava no fim. Então, por que
desfazer essa aliança? O Fusca virou João Bosco, em homenagem ao seu velho
amigo.
Estou certo que assim, onde
estiver, o Seu João estará feliz.
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